Ainda, de acordo com dados da pesquisa CREST (Mosaiclab e GS&Inteligência, 2019) somente 22% das operações do setor são compostas por redes, ou seja, os outros 78% são pulverizados em inúmeras operações como as exemplificadas anteriormente.
Desse modo, esse artigo tem a ambição de provocar uma reflexão sobre a jornada de digitalização do modelo de abastecimento dos negócios de alimentação fora do lar.
O processo de digitalização da cadeia de abastecimento
Com o cenário existente no foodservice a “mineração” de dados sobre consumo por canal, tamanho do mercado e perspectivas de crescimento sempre foi um desafio.
Ano a ano alguns fatores contribuem para a evolução e novas perspectivas. Um fator extremamente importante, sem sombra de dúvidas, foi a digitalização fiscal. Por conseguinte, seguida por:
- crescimento do uso de sistemas por operadores
- dados históricos da indústria em seus diferentes canais de vendas
- protagonismo do setor de abastecimento no monitoramento e gestão de dados dos seus clientes (comportamento de compra, volumes)
- pesquisas pontuais
- organização de dados pelas associações
- e mais recentemente as plataformas de delivery criaram uma oportunidade muito importante de mensuração dinâmica da demanda.
Assim, há cerca de três anos acompanhamos a intensificação no lançamento de plataformas de vendas das empresas que abastecem o foodservice. Porém, seja por resistência ou cultura, o conceito híbrido de atendimento que inclui equipe comercial somada a venda digital foi mantido.
Mas, aos poucos, plataformas com o atendimento predominantemente digital ganham espaço como uma opção de vitrine adicional aos players do setor de distribuição.
Ou, ainda, alguns assumem a logística e criam modelos integrados diretamente com a indústria oferecendo aos operadores serviço com um diferencial. Ou seja, mudou o que antes não era valorizado ou mesmo entregue como cultura ao setor.
Leia também: recuperação do foodservice e como tracionar resultados
Os players da digitalização da cadeia de abastecimento
Um dos grandes players de aplicativos de delivery no Brasil criou uma plataforma para abastecimento dos seus clientes com um mix desenhado segundo o comportamento de vendas capturado em sua plataforma. Assim, é uma estratégia extremante inteligente e que pode, a médio prazo, impactar os atores do elo de abastecimento em vendas e fidelização de clientes.
O cash & carry também intensificou suas vendas digitais ainda num contexto misto, voltado inicialmente para assumir a demanda gerada pela crise do coronavírus.
Portanto, integrou-se com aplicativos de entrega B2C, mas, já perceberam que com pequenos ajustes poderão atender pequenos e médios negócios intensificando seu modelo de vendas on-line.
Certamente a pandemia sensibilizou operadores a abrirem os olhos para a digitalização gerando um crescimento exponencial do uso de plataformas de delivery. Dessa maneira, esse cenário cria grande oportunidade para que esses empresários sejam estimulados a digitalizar suas compras.
Se acontecerá a curto ou médio prazo, dependerá das soluções que o mercado apresentar. Ou seja, operadores já entenderam que digitalizar é eficiente e para alguns tornou-se um marco da sua sobrevivência nessa pandemia.
Em nossa visão os elos da cadeia de abastecimento precisam ser velozes e assertivos para sedimentar essa nova cultura na jornada de digitalização da cadeia de abastecimento no foodservice.
Mãos à obra, porque há muita estrada pela frente. Contem conosco!
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